A Umbanda tem como lugar religioso o templo, centro, tenda ou terreiro, o local no qual os umbandistas se encontram em sessões, giras ou cultos para promover atendimentos espirituais por meio da incorporação dos seus guias e entidades.
O chefe é o pai ou mãe de santo, mais correntemente chamado de sacerdote umbandista. São os médiuns mais experientes e com maior conhecimento, normalmente fundadores do templo. São quem coordenam as giras e que irão incorporar o guia-chefe, que comandará a espiritualidade e a materialidade durante os trabalhos.
Como uma religião espiritualista, a ligação entre os encarnados e os desencarnados se faz por meio dos médiuns.
Na umbanda existem várias classes de médiuns, de acordo com o tipo de mediunidade. Normalmente há os médiuns de incorporação, que irão “emprestar” seus corpos para os guias.
Há também os ogãs que transmitem a vibração da espiritualidade superior por via do som dos atabaques e das curimbas ou pontos cantados, criando um campo energético favorável à atração de determinados espíritos, sendo muitas vezes responsáveis pela harmonia da gira.
Há os cambones que são os que comandam os cânticos e que são encarregadas de atender às entidades, provisionando todo o material necessário para a realização dos trabalhos.
Embora caiba ao sacerdote ou à sacerdotisa responsável o comando vibratório do rito, grande importância é dada à cooperação e ao trabalho coletivo de toda a corrente mediúnica.
De forma geral, as entidades que são incorporadas pelos médiuns são os guias: pretos-velhos, caboclos, crianças, boiadeiros, marinheiros, baianos, orientais, mineiros e ciganos, exus, pombagiras e malandros.
O culto nos terreiros geralmente é dividido em sessões de desenvolvimento e de consulta e são subdivididas em giras.
Nas sessões de consulta o consulente terá o atendimento da entidade de acordo com a gira em vigor já pré-estabelecida em calendário, como as de pretos-velhos, caboclos, exus, marinheiros, baianos e ciganos. As pessoas conversam com as entidades a fim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, descarregos, e problemas espirituais diversos.
As ocorrências mais comuns nessas sessões são o passe e o descarrego. No passe, a entidade reorganiza o campo energético astral da pessoa, energizando-a e retirando toda a parte fluídica negativa que nela possa estar. Já o descarrego é feito com o auxílio de um médium, o qual irá captar a energia negativa da pessoa e a transferir para os assentamentos ou fundamentos do terreiro que contém elementos dissipadores dessas energias.
Também a entidade faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso haja um obsessor, o espírito obsidiador é retirado e encaminhado para tratamento ou para um lugar mais adequado no astral inferior, caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode ser necessária a presença de uma ou mais entidades para auxiliar na desobsessão.
Nos dias de consulta há o atendimento da assistência, o conjunto de pessoas que procura o terreiro para atendimento. Nos dias de desenvolvimento há as giras mediúnicas, fechadas, nas quais há estudos e aprimoramento dos novos médiuns.